segunda-feira, 22 de outubro de 2012

III SINALEL (III Simpósio Nacional de Letras e Linguística e II Simpósio Internacional de Letras e Linguística: LINGUAGEM, CULTURA, IDENTIDADE E ENSINO -de 11 a 14 de junho de 2013, na Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão



01/06/2012 a 01/10/2012
Inscrições de propostas de Grupos de Trabalho (GTs)
01/06/2012 a 01/10/2012
Inscrições de propostas de Mesas Redondas
15/11/2012
Envio de cartas de aceite dos GTs e Mesas Redondas
05/11/2012
Divulgação dos dados bancários para pagamento das inscrições
01/11/2012 a 28/02/2013
Inscrições de comunicações nos GTs
01/04/2013
Prazo para os coordenadores dos GTs enviarem à Coordenação do evento os trabalhos aceitos.
10/04/2013
Envio das cartas de aceite dos trabalhos selecionados para os GTs
11/04/2013
Divulgação da Programação
11/06/2013 a 14/06/2013
Realização do evento
 
O evento será realizado no período de 11 a 14 de junho de 2013, na Universidade Federal de Goiás, Campus Catalão. A Comissão Organizadora receberá as propostas de GTs a partir de 01 de junho. ACESSEM a FICHA DE INSCRIÇÃO para GT pelo site do evento: http://www2.catalao.ufg.br/page.php?noticia=1338247864&site_id=109

domingo, 23 de setembro de 2012

Principais benefícios da leitura


  •  Aquisição de conhecimento: com a leitura, ampliamos nosso conhecimento sobre assuntos específicos e gerais. 
  • Estímulo à brincadeira: a leitura ajuda-nos a relaxar, levando-nos ao mundo do faz-de-conta, onde podemos projetar nossas emoções sem nenhum risco. 
  • Estímulo à criatividade: a leitura mexe com a nossa imaginação, estimulando-nos a desenvolver prazerosamente nosso potencial criativo. 
  • Desenvolvimento da capacidade de argumentar: a leitura estimulanos a desenvolver argumentos consistentes e bem fundamentados. 
  • Ampliação do vocabulário: com a leitura, conhecemos novas palavras e aprendemos a usá-las em seus diferentes e ricos sentidos. 
  • Incentivo à reflexão e à formação de opinião: a leitura nos incentiva a pensar, a refletir, a formar uma opinião, a pôr em xeque nossas convicções e a chegar a uma conclusão. 
  • Ampliação do campo de visão: a leitura nos permite “ver” um assunto sob outras perspectivas, o que estimula nossa capacidade de aceitar o novo e o diferente. 
  • Confrontação de pontos de vista: a leitura nos leva a uma conversa com o autor, o que nos permite reforçar, esclarecer ou mudar nossos pontos de vista. 
  • Utilização dos recursos da linguagem: a leitura nos permite aprender, com os bons autores, a utilizar, inventivamente, os recursos oferecidos pela linguagem. 
  • Correção gramatical: com a leitura, aprendemos a escrever bem, de forma correta, pela observação, ou seja, naturalmente, sem esforço. 
  • Estímulo ao pensamento abstrato: a leitura nos permite perceber a realidade pelo ângulo da fantasia, o que amplia nossa capacidade de pensar sobre o abstrato.
  • Estímulo à imaginação: quando lemos, vemos apenas palavras, mas logo formamos cenas na nossa tela mental, o que é muito estimulante para a imaginação
http://bibliotecariomaluco.blogspot.com/2008/10/beneficios-daleitura.html

Roger Chartier Fala sobre os livros na era digital

Muito se tem discutido se os livros resistirão às tecnologias digitais da modernidade. Os tablets, smartphones, a própria rede de internet que trazem muitas informações, esquematizadas, mastigadas, debulhadas, seria então necessário recorrer aos pesados e empoeirados livros de papel?

Nessa entrevista Roger Chartier, especialista em escrita, história da escrita fala com propriedade sobre o assunto.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Vida e obra de Saussure

Neste vídeo você conhecerá mais um pouco do sistematizador da Linguística como ciência. Bom proveito!


sábado, 15 de setembro de 2012

Seleção de bolsistas para atuar na qualificação de docentes e ensino de língua portuguesa no Timor-Leste.



O programa prevê a concessão de até 50 bolsas com duração de seis meses, podendo ser prorrogadas por até seis meses. Serão selecionados até 44 bolsistas na modalidade Estágio Docente e até seis bolsistas na modalidade Articulador Pedagógico. Também serão selecionados, adicionalmente, até dez candidatos para compor cadastro reserva de bolsistas das modalidades Estágio Docente e Articulador Pedagógico, com o intuito de preencher eventuais vacâncias e/ou interesses do PQLP.

Inscrições - Aqueles que cumprirem os requisitos descritos no edital podem fazer inscrição no programa até o dia 24 de outubro, exclusivamente pela internet, mediante preenchimento do formulário de inscrição online. Ao formulário de inscrição, deverá ser anexada a documentação descrita no edital. O resultado está previsto para ser divulgado a partir de novembro deste ano e as atividades estão previstas para serem iniciadas no mesmo mês.

Os candidatos selecionados receberão mensalidade no valor de 1.300 euros para a modalidade Estágio Docente e de 2.100 euros para a modalidade Articulador Pedagógico. Receberão ainda seguro saúde, auxílio instalação e passagem aérea.


Mais informações pelo e-mail pqlp@capes.gov.br.

domingo, 25 de março de 2012

Variações linguísticas O modo de falar do brasileiro

Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.

1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que nalíngua escrita;
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;
3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.
Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.

Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pranta/planta; broco/bloco.
Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho.
Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: arve/árvore; figo/fígado.
Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe.
Simplificação da concordância: as menina/as meninas.
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: “Chegou” duas moças.
Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de sujeito): Nós pegamos “ele” na hora.
Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (tamém/também).
Desnasalização das vogais postônicas: home/homem.
Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe.
Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; amô/amor.
Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles ama.


Variações regionais: os sotaques

Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil:

Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.

Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil.

Antigamente
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval.
 

Língua e status

Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.

Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto:

O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(...)

Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.

Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira".

Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico.
*Alfredina Nery Professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura.